Sob a sombra dos dinossauros: descoberto fóssil de pequeno réptil do Triássico

Do tamanho de uma lagartixa e com o primeiro dente da maxila grande e proeminente, o “Clevosaurus hadroprodon” foi descoberto no Rio Grande do Sul. Saiba mais lendo a reportagem de Luiza Caires publicada no Jornal da USP.

Reconstrução do esfenodonte Clevosaurus hadroprodon – Imagem: Jorge Blanco


Nem só répteis maiores como o Pampadromaeus e o Guaibasaurus habitaram a Bacia do Paraná no Triássico. Um estudo publicado no periódico Scientific Reports, do grupo Nature, apresenta um pequeno réptil da família esfenodonte, que viveu no período, entre 237–228 milhões de anos. A nova espécie foi nomeada Clevosaurus hadroprodon, em que hadroprodon faz referência ao primeiro dente do dentário e da pré-maxila, que é grande e proeminente, característica exclusiva e que diferencia a espécie das demais do gênero Clevosaurus. O fóssil foi encontrado no município de Candelária, região central do Rio Grande do Sul.
O Clevosaurus hadroprodon era um animal pequeno, de tamanho semelhante ao de uma lagartixa doméstica. Ele faz parte da linhagem dos Sphenodontia, um grupo de lepidossauros (que inclui também as serpentes, os lagartos e as anfisbenas) muito diverso durante o período Mesozoico.
Os répteis desta linhagem não são lagartos, porém próximos a esses, e têm como únicos representantes vivos animais da espécie Sphenodon punctatus, o tuatara da Nova Zelândia. Tuatara é uma palavra maori que significa dorso espinhoso, e o animal é considerado em risco de extinção.
O fóssil foi estudado por paleontólogos da USP, Midwestern University (EUA), Alberta University (Canadá), Universidade Federal de Santa Maria, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Museo Argentino de Ciencias Naturales Bernardino Rivadavia e Universidade Federal de Sergipe.
“Clevosaurus hadroprodon é uma descoberta importante porque combina uma fileira de dentes primitiva com a presença de dentes maciços, semelhantes a presas, provavelmente usados para competição ou defesa. Isso indica que tais especializações antecederam mudanças na dentição dos esfenodontes relacionadas a estratégias de alimentação” diz o paleontólogo Randall Nydam, da Midwestern University (EUA), um dos autores.

Leia a reportagem completa disponível em jornal.usp.br/?p=264918

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